No último dia 30, mais uma agência bancária foi inaugurada em Belo Horizonte, no Bairro Carlos Prates. Tive o privilégio de visitar a obra, acompanhar parte da história e fui convidada para a inauguração... Não fui, é uma pena! O trabalho não permitiu... Por questões de segurança não divulgarei a empresa e apaguei das fotos os indícios de publicidade e marketing. Antes de ser agência, era um galpão. A obra foi feita em 5 meses, conforme entrevista postada anteriormente, e o acabamento deixou a desejar. A rampa de acessibilidade atrasou a obra em duas semanas... E o jardim foi executado por empresa terceirizada de um dia para o outro, o que havia 24 horas antes da inauguração era inviável. A propósito, quem quiser abrir uma conta lá é só me avisar, o atendimento de primeira qualidade é garantido, o gerente é muito bacana!
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Entrevista - Um engenheiro civil que é bancário!
1 – Informe, por favor, seu nome e sua profissão.
Resposta: Israel Oliveira, bancário.
2 – Qual a sua idade e formação acadêmica?
Resposta: Tenho 38 anos, sou Engenheiro Civil.
3 – Por que um Engenheiro Civil se tornou um gerente bancário?
Resposta: Já era bancário durante o curso, e quando da graduação, a dificuldade de colocação no mercado de trabalho, os salários e horizontes a curto prazo, influenciaram na decisão de investir na carreira bancária.
4 – Hoje você se sente realizado profissionalmente?
Resposta: Entendo que mais que retorno financeiro, todo profissional busca valorização pessoal, e nesse sentido me sinto realizado. Porém desejo ainda exercer de forma plena a Engenharia Civil.
5 – Quantas horas você trabalha por dia?
Resposta: 8 horas por dia.
6 – Sua faixa salarial, considerando os benefícios que sua empresa oferece, gira em torno de:
7 – A agência que você gerencia, acabou de ser inaugurada. Como foi a sua relação com a construtora?
Resposta: O mercado da construção civil passa por um momento de grande aquecimento, porém com reflexos na pouca qualificação dos profissionais, em contra partida a um elevado custo financeiro. A construtora responsável pela obra, sofreu com o resultado deste cenário atual. Diversas vezes tive que fazer relatórios com apontamentos das falhas de execução de projetos, atrasos e não observância de padrões de qualidade e acabamento, o que a princípio não era função delegada ao gerente, porém como o atraso, estava impactando diretamente a gestão financeira.
8 – Quanto tempo durou a obra de reforma do galpão?
Resposta: 5 meses
9 – Como Engenheiro, o que você considera que ficou pior na obra. Por quê?
Resposta: O acabamento de modo geral ficou bem abaixo dos padrões razoáveis.
10 – Pensando na arquitetura da agência qual é o ambiente ou espaço que mais importa ao cliente? E aos funcionários?
Resposta: O auto atendimento, o ambiente gerencial e o espaço de abertura de contas têm importância relevante aos clientes e aos funcionários que em sua maioria trabalham nesses ambientes.
11 – A agência possui quantas vagas de estacionamento?
Resposta: 5 vagas, sendo uma PMR.
12 – E a acessibilidade, para você está de acordo com a NBR 9050?
Resposta: Sim, a rampa de acesso, banheiro, e acessórios estavam de acordo.
13 – Você pode citar os ambientes da agência e as quantidades, se for o caso?
Resposta: No térreo, sala de auto atendimento, área de atendimento ao público gerencial, abertura de contas, bateria de caixas, banheiro PMR, num total aproximado de 360 m2. No mezanino com 85 m2, tesouraria, cozinha, banheiros, sala de máquinas e sala de computadores.
14 – Na sua opnião, a arquitetura contribui para a segurança do Banco e dos clientes?
Resposta: Não, a utilização de vidros se tornou comum, apresenta beleza e iluminação, porém deixa clientes e funcionários mais expostos.
15 – Quantos anos você trabalha nesta área? Vc consegue citar alguma mudança para a arquitetura que vc acredita que melhoraria sua rotina de trabalho?
Resposta: Há 21 anos. A fachada e um paisagismo inovador. As pessoas gostam de jardins...
16 – Quanto tempo você gasta de deslocamento por dia com seu trabalho?
Resposta: Em torno de 1:30h, considerando ida e volta.
17 – Você usa qual meio de transporte para ir trabalhar?
Resposta: Carro.
Pequenas empresas na Copa de 2014
O Sebrae apresentou no dia 29 de março deste ano, na cidade do Rio de Janeiro, um mapeamento do Programa Sebrae na Copa 2014, encomendado à Fundação Getúlio Vargas. As oportunidades foram divididas em quatro setores da economia para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede da Copa 2014. São R$ 79,3 milhões aplicados em programas de consultoria, inovação e acesso a mercados, com destaque para a possibilidade de negócios para pequenos empreendimentos antes, durante e após a Copa de 2014.
“A Copa do Mundo é uma oportunidade para fortalecer os pequenos negócios em nosso país. Esse mapeamento vai ajudar no fortalecimento das micro-empresas brasileiras que poderão, não apenas, aproveitar melhor as oportunidades de negócios, como se tornar ainda mais competitivas para projetar uma vida empresarial a longo prazo. O legado da Copa é muito importante”, ressaltou o presidente nacional do Sebrae, Barretto.
O Sebrae vai capacitar 7,7 mil empreendimentos com mais de dois anos de funcionamento nas cidades-sede, a partir da identificação das atividades mais promissoras em cada estado.
Já percebemos uma demanda gigantesca de empregos no ramo da construção civil. Com esses investimentos e toda essa capacitação novas oportunidades surgirão para os alunos do 9º período do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Izabela Hendrix que formam no final deste ano. Pergunto-me se estamos preparados para enfrentar o mercado de trabalho... Quando as atividades promissoras forem apontadas, poderemos direcionar nossas habilidades e/ou corrermos na busca por especialização. Ampliar horizontes é uma realidade evidente e pra ontem!
Idosos no Brasil
Segundo o IBGE, até 2025 o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. O governo brasileiro alerta para a necessidade de se criar, o mais rápido possível, políticas sociais que preparem a sociedade para essa realidade. Estamos tão despreparados que há pouco tempo, o médico que quisesse se especializar em geriatria precisava estudar na Europa. Geriatria é uma especialidade da medicina que trata da saúde do idoso e gerontologia vem a ser a ciência que estuda o envelhecimento.
Brasília é referência nacional, pois foi a primeira cidade a criar uma SubSubsecretaria para Assuntos do Idoso, além de instituir o Estatuto do Idoso, regido por princípios que registram o direito das pessoas mais velhas a uma ocupação e trabalho, como ainda acesso à cultura, à justiça, à saúde e à sexualidade, além, é claro, de poder participar da família e da comunidade.
Essa estatística requer uma reflexão profunda da nossa parte sobre o papel do arquiteto neste novo contexto social. O que nós como arquitetos podemos fazer para contribuir com essa realidade social? As residências terão que ser adequadas... Não somente as residências, mas muitas áreas das cidades. Será que os idosos sofrem exclusão social? Além das rampas de acessibilidade e dos elevadores, o que podemos fazer para ajudá-los na mobilidade reduzida que possuem? E a tecnologia? Eles conseguem usufruir da tecnologia existente hoje com facilidade?
Agricultura Urbana
A "Organização Cidades sem Fome" busca áreas ociosas em comunidades de baixa renda da Grande São Paulo e promove a instalação de hortas urbanas, gerando emprego e renda para os moradores. São 21 núcleos de hortas implantados, 665 pessoas diretamente beneficiadas, 2.660 pessoas indiretamente beneficiadas e 48 cursos de capacitação profissional ministrados. O "Projeto de Agricultura Urbana e Hortas Comunitárias", busca superar algumas das diferenças sociais, trabalhando para diminuir a insegurança alimentar e nutricional de comunidades em situação de vulnerabilidade social, reduzindo a fome e o desemprego.
A agricultura urbana não é novidade para o arquiteto urbanista, novidade seria ver um planejamento urbano, um projeto que determine áreas para a agricultura urbana. No planejamento urbano somos obrigados por legislações específicas a separar uma porcentagem da área para equipamentos urbanos, também poderíamos ser obrigados a separar uma porcentagem da área para ações sociais sustentáveis. Em áreas de risco geológico, a agricultura urbana organizada e bem gerida poderia impedir as edificações irregulares.
Redução de CO2 nas cidades européias
A União Européia quer reduzir em 60% os níveis de emissões de CO2 nas cidades européias até 2050. Para alcançar esse objetivo a UE pretende proibir o tráfego de carros movidos a gasolina e a diesel em ruas de cidades como Paris, Londres, Madri e Berlim. A estratégia é triplicar a rede ferroviária, reduzindo a demanda existente nos transportes marítimo e aéreo, subtraindo assim o número de veículos nas estradas.
A Europa apresenta o melhor sistema de transporte público do mundo e ainda assim os carros representam 75% da locomoção nas cidades. Pretende-se, até 2030, triplicar o número de trens de alta velocidade no continente, incentivando a redução de vôos de curta distância e a consequente emissão de CO2 no meio ambiente. A proposta melhoraria o trânsito, o meio ambiente e a saúde da população, segundo a UE.
O investimento, nos próximos 40 anos, é de aproximadamente 1,5 trilhão de euros que equivale a sete anos de importação de petróleo.
O projeto se apresenta ambicioso, trata-se de uma grande intervenção urbana. O objetivo parece ser a busca da independência do petróleo e não a preocupação com o meio ambiente. De qualquer forma, se o projeto se concretizar vai modificar as relações das cidades européias com o meio ambiente, a mobilidade e a vida em sociedade. Certamente serão geradas outras demandas, outras necessidades e um enorme "lixo" de veículos automotivos. Será que eles já planejaram o que fazer com os veículos que não serão mais necessários?
Aeroportos Temporários
O professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral, Paulo Tarso Vilela de Resende, propõe a criação de aeroportos temporários para suprir a demanda de passageiros no período da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Trata-se de uma estrutura modular que poderia, por exemplo, se integrar ao sistema portuário no Rio de Janeiro. "Monta-se e desmonta-se o terminal, daí o nome temporário, de forma modular, sem qualquer outra possibilidade de exploração comercial como um terminal permanente que seja parte integrante do sistema aeroportuário", comenta Paulo Tarso.
O pesquisador afirma que a multimodalidade é importante pois cria um portfólio diverso e capaz de grande integração com os movimentos portuários. "Acredito dado o tempo escasso que temos para pensar em aeroportos novos, principalmente no Rio de Janeiro, a integração seria interessante com o porto e também com a reestruturação do centro histórico da cidade".
Nesse momento, alguns alunos do 9º período curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Izabela Hendrix estão pesquisando, planejando, sonhando com uma possível arquitetura, um projeto que seja uma resposta a um dado problema. A proposta do professor Paulo responde um problema que foi gerado por causa de uma demanda. O problema que ele responde hoje é real, não é uma ficção. A princípio, numa análise superficial, a proposta dele parece inteligente, sem deixar "elefantes brancos" residuais. A arquitetura modular pode se apresentar como solução para outros problemas desssa mesma demanda.
domingo, 3 de abril de 2011
Práticas Urbanas Criativas - Livro
No dia 15 de março deste ano, o arquiteto urbanista Marcos Rosa lançou o livro "MICROPLANEJAMENTO - Práticas Urbanas Criativas | São Paulo" que reúne projetos que participaram do Deutsche Bank Urban Age Award 2008, realizado em São Paulo. A obra retrata práticas urbanas criativas, numa escala micro, apresentando ações sociais e apropriações coletivas como: jardins comunitários que esverdeiam a paisagem de tijolos vermelhos no extremo leste da cidade; um parquinho e um centro de artes que ocupa uma área numa densa favela; uma escola de boxe e academia de ginástica instaladas sob um viaduto; um jovem artista que estimula o uso coletivo do espaço comum através de sua residência em diferentes favelas; um cinema a céu aberto em terreno vazio que leva atividades culturais a uma vizinhança isolada, e outras.
Destaco uma experiência, trata-se de uma área embaixo de um viaduto na zona leste de São Paulo, onde um ex-pugilista instalou uma academia de boxe gratuita, que atraiu os jovens da região e afastou usuários de drogas e assaltantes do local. É o "Projeto Viver - Cora Garrido Boxe" que formou um campeão do Mercosul e agora investe na criação de uma biblioteca e uma sala de informática.
Este livro é uma referência para os profissionais de arquitetura e urbanismo no que diz respeito a abrir horizontes, pensar possibilidades e redescobri o uso do espaço.
Aplicando a Lei de Acessibilidade...
Compartilho com meus colegas as fotos abaixo, se referem a aplicação da legislação de acessibilidade. Rsrsrs! Não raramente vemos rampas como essas (pouco melhores, na verdade) e nos perguntamos se o cadeirante ou o portador de mobilidade reduzida conseguiria fazer uso da mesma...
Pra falar a verdade, fico mesmo revoltada quando me lembro de projetos que tentei aprovar na PBH (sejam esses de aprovação inicial ou de regularização de edificação existente) que possuem larguras de passeios que não se encaixam na NBR 9050, nem nas diretrizes do setor de Regulação Urbana, se configuram casos especiais, que não são administrados de maneira diferente e que acabam sendo "burlados", seja no desenho técnico ou in loco, apenas para se dizerem adequados (aprovados). Muitas das vezes, propomos soluções (não como as das fotos, é claro) que não são aceitas e que o proprietário acaba arcando com elevados custos, por exemplo, tendo que modificar o gradil e redefinir mobiliários urbanos, demandando tempo e muito desgaste na profissão e na relação do profissional com o cliente, do profissional com os órgãos públicos e do contribuinte com a PBH.
Como existem casos e casos, dificuldades e dificuldades, acabamos vendo soluções grotescas como essas, apenas para dizerem que cumpriram uma solicitação do órgão público ou para ganharem mais tempo.
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Elevador de Ciclistas
Esse sistema poderia ser implantado na súbida da Av. do Contorno, região da Savassi, em Belo Horizonte! Se a moda pega, começamos a embutir na mentalidade das pessoas a possibilidade de se deslocarem de bikes e deixarem os veículos automotivos estacionados em casa. A região da Savassi poderia se tornar referência! Assim, diminuiria os problemas de vagas de estacionamento e a poluição urbana, incentivando a população a praticar esportes, manter a saúde e a qualidade de vida em alta! O urbanista pode utilizar um modismo, um marketing, se associar a outras ciências para alcançar seus objetivos!
Equipamento - Elevador de Ciclistas
Instruções
Caminho a ser percorrido
Preparando para subir...
Em caso de dúvida, verifique antes como funciona...
Experimente...
Relaxe e aproveite a paisagem!
Mobilidade Urbana, YikeBike
Veja no vídeo uma alternativa criativa para contribuir com a mobilidade nos meios urbanos. Trata-se da YikeBike, uma espécie de bicicleta cujo protótipo foi apresentado em 2009 e já está sendo comercializada. Para se deslocar você não precisará pedalar, terá que pilotar, pois é movida a bateria elétrica. O equipamento pesa 10,8 quilos, atinge uma velocidade de 23km/h e é feita a base de fibra de carbono. Ela pode ser dobrada e levada numa mochila, por exemplo, para qualquer lugar. Aguenta pesos de até 100kg e a durabilidade de sua bateria elétrica é de cerca de 10km.
A cada dia surgem novas idéias e propostas para amenizar o caos da mobilidade vivida nos centros urbanos. É papel do arquiteto urbanista conhecer esse caos, vivenciá-lo, discuti-lo e propor soluções que criativas, inovadoras, ou não, dentro do contexto de cada sociedade dêem aos usuários alternativas de deslocamento eficientes. Muitas dessas alternativas podem ser no campo da tecnologia, da gestão de horários trabalhistas e legislações já que as grandes intervenções urbanas demandam recursos públicos e particulares altíssimos, indenizações, remoção de famílias, deslocamentos de terras e agressões no meio ambiente.
Descarte de Lixo Eletrônico
No link http://globonews.globo.com/platb/cidadesesolucoes/2011/02/17/reciclagem-a-mobilizacao-faz-a-forca/ você poderá encontrar uma matéria muito interessante sobre descarte de lixo eletrônico (pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD’s, CD’s, rádios, lâmpadas fluorescentes e outros). O site: http://www.e-lixo.org/ ajuda moradores de São Paulo licalizarem o lugar mais próximo de suas residências para descartarem o lixo eletrônico que se não tiverem uma destinação adequada, vão parar em aterros comuns e contaminar o solo e as águas, trazendo danos para o meio ambiente e para a saúde humana.
Na América Latina só existe uma fábrica que recicla 100% de geladeiras e freezers que é a Indústria Fox, fundada em 2009. Trata-se de um projeto pioneiro da Iniciativa Suíça de Proteção Climática (SCPI) que proporciona alta tecnologia em reciclagem. A Indústria Fox produz matéria-prima e oferece serviços de troca e reciclagem de refrigeradores. A empresa tem acesso a uma rede internacional de fornecedores de tecnologia de reciclagem, apresenta experiência em marketing de matéria-prima, e dispõe de ferramentas de gerenciamento de fábricas e recursos humanos.
Não tem como um arquiteto não se importar com os problemas urbanísticos vividos pelas cidades. O lixo eletrônico é mais um desses problemas e deve ser previsto no planejamento urbano. As cidades poderiam ter regiões de reciclagem desse lixo, uma legislação específica para isso e uma coleta mensal, por exemplo. Assim como a SLU, em Belo Horizonte, recolhe entulhos nos bairros de tempos em tempos, poderia recolher lixos eletrônicos mensalmente levando para centros de reciclagem. Panfletos, cartazes, divulgação em massa poderiam conscientizar a população criando uma nova perspectiva para o futuro.
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